Órgão encarregado de investigações analisou gravações de caixas-pretas.
Voo da Air France caiu no mar em 1º de junho de 2009 com 228 a bordo.

O Escritório de Investigações e Análise (BEA), órgão oficial francês encarregado das investigações do acidente do voo Rio-Paris que em 1º de junho de 2009 caiu no Oceno Atlântico matando as 228 pessoas a bordo, revelerá nesta sexta-feira (29) as "circunstâncias exatas" do acidente.
Este terceiro relatório apresentado pela BEA trará ainda "os primeiros pontos analisados e novos fatos esclarecidos" após a investigação dos dados contidos nas duas caixas-pretas e gravadores do voo AF 447 do Airbus A300 da Air france.
Até agora a BEA considera que um defeito nos sensores de velocidade Pitot foi uma das causas do acidente, mas o órgão sempre ressaltou que a explicação definitiva só seria conhecida quando fossem recuperadas as caixas-pretas.
Acredita-se que o mau funcionamento dos sensores não explicaria por si só o acidente.
Caixas-pretasAs duas caixas-pretas -- que registraram os parâmetros do voo e as conversas na cabine dos pilotos -- foram resgatadas do fundo do mar no início de maio, após passarem 23 meses a 3,9 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico.
Na véspera do anúncio deste novo relatório, a associação "Entraide et Solidarité AF447" (Ajuda Mútua e Solidariedade AF 447, numa tradução livre), considerou "inaceitável" a acusação aos pilotos do voo e disse que espera que o documento permita compreender suas reações antes do acidente, disse à agências de notícias AFP Robert Soulas, presidente da entidade.
"Queremos a verdade. Queremos detalhes técnicos sobre os últimos três minutos do voo para termos uma ideia das reações dos pilotos", afirmou Soulas.
Em 27 de maio, a BEA divulgou um relatório, mas para Soulas a informação dada foi "muito pequena".
"Com base nas informações fornecidas, acreditamos que as acusações contra os pilotos são inaceitáveis. Eles já não mais estão aqui para poderem se defender, é fácil acusá-los. Precisamos de provas concretas", criticou Soulas, que representa as famílias de 60 das vítimas.
Soulas lembrou que a operação de retirada dos corpos do fundo do mar já foi concluída e que "esperamos para outubro os primeiros resultados das identificações".
Cinquenta corpos foram resgatados logo após o acidente. Outros 104 foram levados para a França em meados de junho este ano.
Entre as vítimas de 32 nacionalidades, estão 59 brasileiros e 72 franceses.
Após o acidente, a Justiça francesa abriu um inquérito. O fabricante europeu de aviões Airbus e a Air France foram acusados de homicídio culposo.
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